identidade visual

Numa era regida pelo Instagram, o apelo visual das coisas ganha grande evidência. Entretanto, não é de hoje que as marcas conhecem a força de uma boa identidade visual na hora de se colocar no mercado.

Saber conversar com os consumidores é determinante para o sucesso de uma marca, uma vez que é o caminho para vender mais e se tornar uma referência no segmento.

Com a facilidade encontrada em plataformas de design gratuitas na internet, o design gráfico profissional e com intenção foi banalizado, mas se engana quem acha que uma arte pronta para redes sociais pode substituir efetivamente o trabalho de um bom designer.

Imagem é comunicação. Pode estar presente em todo e qualquer setor, até mesmo na pintura predial. Prédios clássicos não utilizam cores fortes e vibrantes em suas fachadas. Por outro lado, os mais modernos podem estampar até mesmo grandes painéis de grafite.

Para atingir resultados é preciso saber como o psicológico humano responde aos estímulos externos e usá-los de acordo com o objetivo, seja para um reposicionamento através de um rebranding (quando a marca renova sua identidade) ou para impulsionar empresas novas.

Podemos fazer um comparativo com viajar para outro país sem saber falar o idioma local. Até a tarefa simples de comprar uma desentupidora de esgoto se torna um desafio digno dos heróis gregos quando não se sabe como dizer a coisa certa.

Os designers são intérpretes que traduzem o que a marca (turista que não fala o idioma local) precisa dizer aos moradores daquele país (o público ideal, comprador e fiel).

As escolas tradicionais de arte, como a alemã Bauhaus, trabalham o raciocínio estratégico dos profissionais, desde a concepção da ideia até a finalização da arte para que o efeito alcançado seja o desejado pelo cliente.

O que é identidade visual?

Identidade visual ou ID visual (muitas vezes chamada carinhosamente de ID) é um conjunto de elementos gráficos que servem como vitrine para uma marca. Entre eles, podemos citar:

• Cores;
• Formas
• Ícones;
• Fontes;
• Estilos de composição;
• Edição das fotos utilizadas nas redes sociais. 

A comunicação visual definida no guia de identidade deve ditar como a marca se coloca para o público. Se há elementos de explosão e cores vibrantes, um vídeo de lançamento de campanha intenso e com bastante movimento é melhor do que um comercial de margarina.

O design trabalha com o inconsciente coletivo. Em outras palavras, ele consegue acessar através de símbolos, cores e formas, referências e crenças enraizadas no subconsciente das pessoas. Grandes produtoras utilizam muito desses conceitos para criar personagens. 

Os mais amigáveis e inocentes têm formas arredondadas; os que oferecem suporte e estabilidade são construídos em cima de quadrados e os vilões perigosos são mais triangulares, cheios de pontas.

A função do design gráfico é transmitir mensagens sem usar palavras. Em agências de propaganda, boas duplas de criação, isto é, formadas por um redator e um designer, são capazes de transformar uma necessidade do cliente em vendas de valores astronômicos.

Campanhas criadas na década de 1970 por Francesc Petit, diretor de arte, e Washington Olivetto, um dos maiores redatores que o Brasil já conheceu, estão no ar até hoje e já entraram até no livro dos recordes.

Por que é importante ter uma ID visual definida?

Segundo a SEBRAE, uma identidade visual bem construída pode aumentar as vendas de uma empresa em até 40%. Aliada a um marketing de qualidade, o seu poder de conversão é indiscutível.

Identidade visual não é sobre dar um rosto à marca. Se fosse, bastaria que um engenheiro eletricista autônomo que trabalha emitindolaudo SPDA para empresas usasse a sua própria foto em todos os seus meios de comunicação.

Mesmo quando o profissional é a própria marca (tendência que veio forte nesses últimos anos com o crescimento do mercado digital) é necessário ter uma ID bem construída. Entenda o que a identidade visual faz pelo seu negócio.

Comunicar os valores

Uma empresa de aluguel de Munck com um logotipo em formas sólidas, retas e cores adequadas ao segmento (poderíamos usar o azul ou amarelo com preto), informa aos clientes sobre a seriedade da empresa e segurança e estabilidade dos equipamentos.

O mesmo ocorre com a tipografia. Marcas mais delicadas e femininas tendem a funcionar melhor com fontes cursivas, enquanto grandes grifes optam pela caligrafia do designer que assina a marca como símbolo de autenticidade e personalidade.

Quando não se tem conhecimento adequado sobre os símbolos e as respostas emocionais do público, as chances de cair em um clichê óbvio e pouco efetivo é grande. A marca vira um livro ilustrado ao invés de uma ferramenta de comunicação.

Identificação com o público

Além dos símbolos atemporais, alguns movimentos de design são característicos de uma época ou geração. Áreas em que se observa isso com grande facilidade são a arquitetura e as artes plásticas.

Determinados elementos criam conexão com públicos de lugares e idades diferentes. Uma marca voltada para homens de meia-idade na década de 1950 se comunicava diferente de uma marca com o mesmo público hoje em dia.

Da mesma forma, em 2023, uma empresa voltada para o público adolescente utiliza ícones, cores e composições diferentes das de uma marca voltada para consumidores recém-casados e com filhos pequenos, por exemplo.

Em outro caso, uma artesã poderia utilizar a padronagem quadriculada da talagarça para tapetes como um elemento gráfico ao oferecer um curso de confecção de tapetes para outros artesãos na internet.

Os que buscarem pela técnica ensinada por ela certamente entenderão o significado e serão atraídos para conhecer o produto ofertado. Assim, a identidade visual tem grande influência na hora de segmentar o público por interesses e conversar com o cliente ideal.

Consolida a marca no mercado

O uso recorrente de elementos característicos da marca em diversas mídias e veículos mantém a empresa na mente do público. Quanto mais vezes um consumidor vê ou ouve falar de uma marca, mais inclinado ele fica a comprar dela.

Pense em uma marca de refrigerante, um fast food, uma empresa de limpeza pós obra, uma grife de bolsas… O primeiro nome que veio à sua cabeça é o da marca que está mais presente no seu dia a dia.

Empresas como a Coca-Cola, McDonald ‘s, Apple, Google e outras inúmeras gigantes do mercado têm identidades consistentes e aplicadas em cada produto e ação realizada por elas.

Quando há uma reformulação da marca, a mudança não passa despercebida pelo público, que muitas vezes é incluído no processo, seja com participação ativa ou sendo informado de cada decisão e novas alterações, como foi o caso recente da Google.

Ao decidir comprar um produto fornecido por mais de uma empresa, principalmente quando falamos de decisões tomadas em um espaço curto de tempo e com senso de urgência, essas primeiras referências têm vantagem considerável em relação às outras marcas.

E para entender como um logotipo pode causar esse impacto, basta observar os painéis de patrocinadores atrás dos jogadores de futebol nas entrevistas. Não é necessário que o nome da empresa esteja ali para o cérebro do telespectador saber do que se trata.

Esses pequenos lembretes sobre a marca funcionam que nem bilhetes espalhados pela casa nos lembrando de cumprir tarefas como comprar uma novaroçadeira elétrica para o jardim. A mensagem fica fresca na memória e evita o “quem não é visto, não é lembrado”.

Facilita a identificação de produtos e serviços da empresa

Via de regra, os clientes hoje em dia gastam mais tempo pesquisando a procedência e qualidade dos produtos e serviços que consomem. Essa tarefa pode ser facilitada por uma boa comunicação das empresas, principalmente quando elas atuam em mais de uma frente.

Um cliente buscando por produtos químicos para tratamento de água em uma prateleira de mercado cheia de variedade, optaria pelo item ofertado pela marca de artigos de higiene que ele já conhece a qualidade e confia.

Outra situação é quando há o lançamento de uma novidade, seja um novo produto físico, digital ou serviço. A curiosidade do público para saber o que a empresa está colocando no mercado é um propulsor de vendas sem igual.

É a mesma mecânica do lançamento de um livro por um autor aclamado. Quem gosta da escrita desse autor já espera ansiosamente pelos próximos trabalhos.

Uma identidade visual é parte fundamental da comunicação e marketing de uma empresa e está presente em todas as ações realizadas, do post no Instagram ao projeto das novas lojas físicas, ocasionando até mesmo reformas para garantir que tudo esteja alinhado.

Assim como a compra de equipamentos e contratação de profissionais qualificados, a ID é um investimento, porém, de longo prazo. O retorno não é imediato, mas pode determinar o tamanho do sucesso de uma marca.

Se você tinha alguma dúvida sobre fazer ou não uma comunicação visual inteligente para a sua empresa, esse artigo foi o sinal que você precisava para apostar no design como ferramenta de vendas.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.